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Nos bastidores do Mediterranean Conference Centre, em Valeta, Malta, Magnus Carlsen aguardava suas entrevistas com a imprensa em uma sala reservada. Rodeado por sua equipe, fãs, seguranças, jornalistas e fotógrafos ansiosos por um momento com a lenda do xadrez, Carlsen parecia exausto. Percebendo um certo cansaço, optamos por uma abordagem mais leve, conscientes de como uma agenda cheia de entrevistas pode desgastar até mesmo alguém tão sereno quanto ele.
“Foi uma conversa agradável”, comentou Carlsen, ao falar com a SiGMA sobre sua entrevista no palco com Pierre Lindh, fundador da Next.io. Sua voz era tranquila, ponderada. “Obviamente, a parte mais difícil para mim foi a partida de xadrez”, acrescentou, referindo-se ao duelo vendado contra o campeão maltês Colin Pace — uma disputa que, embora previsível em seu desfecho, exigiu bem mais do que ele imaginava. “Ele jogou muito bem, me deu bastante trabalho, e, para ser sincero, esteve melhor na maior parte do tempo.” Apesar do desafio, o espírito competitivo de Carlsen falou mais alto, mesmo com os olhos vendados. “Eu não esperava uma partida difícil hoje, mas, quando entrei no jogo, não queria perder. Então, consegui me equilibrar e virar o jogo”, completou, com modéstia.
A presença de Carlsen em Malta ia além do tabuleiro — tratava-se também de estreitar laços com fãs e promover o xadrez em novos espaços. Como embaixador global da empresa de apostas esportivas , ele enxerga semelhanças entre o jogo e as estratégias do universo das apostas. “A é uma empresa jovem e inovadora; é empolgante e muito divertido fazer parte dessa trajetória”, afirmou. “Estamos ansiosos para explorar todo o potencial desse projeto e para que essa parceria continue nos próximos anos.”
Comentando sobre o ressurgimento da popularidade do xadrez, Carlsen reconheceu a influência da pandemia e da forma como o jogo foi retratado na mídia. “Durante a COVID, o interesse pelo xadrez disparou — as pessoas estavam mais tempo em casa”, observou. “Coincidiu também com o enorme sucesso da minissérie ‘O Gambito da Rainha’, lançada em 2020.” Ele também destacou o papel das redes sociais como YouTube, TikTok e Instagram na atração de novos públicos para o xadrez.
Apesar da fama global, Carlsen mantém os pés no chão. “Estar presente o tempo todo, cercado de tanta gente, não é algo que me venha naturalmente”, admitiu. “Geralmente prefiro estar com um grupo mais próximo, mais restrito.”
O currículo de Carlsen é inigualável. Tornou-se grande mestre aos 13 anos, atingiu o maior rating da história da FIDE — 2882 — em maio de 2014 (recorde que permanece até hoje) e foi campeão mundial de xadrez de 2013 a 2023. Seu domínio se estende pelas modalidades clássica, rápida e blitz, e ele segue competindo no mais alto nível. Na etapa de Paris do Freestyle Grand Slam, derrotou o grande mestre nipo-americano Hikaru Nakamura, provando mais uma vez seu brilho incontestável.
Ao fim da breve entrevista, Carlsen deixou elogios a Malta. “Não sabia muito bem o que esperar, mas está sendo uma experiência muito boa. O clima está ótimo, e caminhar pelo centro histórico tem sido bem agradável.” Ele planejava aproveitar um pouco mais antes de ir embora. “Estou indo embora amanhã de manhã, mas ainda tenho algumas horas à tarde para explorar mais um pouco.”
Carlsen não é apenas um prodígio — ele fala com uma sinceridade rara. Não há performance, nem filtros. Sua franqueza direta, combinada a um talento absolutamente extraordinário, é o que o torna único.