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Mercado europeu de jogos: quem lidera de verdade?
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A indústria de jogos na Europa está em plena expansão — mas os rankings variam dependendo do critério adotado para medir o sucesso. Alguns países se destacam pela receita total, outros pela fatia de mercado online, e há ainda aqueles que lideram pelo gasto médio por adulto. Do domínio físico da Itália à liderança digital dos países nórdicos, veja abaixo um panorama de quem está na frente — e por quê.
Itália lidera em receita, mas não em gasto per capita
Atualmente, a Itália é o maior mercado de jogos da Europa, gerando € 21 bilhões em receita bruta de jogos (GGR) em 2023. O Reino Unido vem logo atrás, com € 19,8 bilhões. Alemanha e França aparecem em seguida na lista.
No entanto, quando o foco é o setor de jogos online, o Reino Unido assume a liderança isolada, com € 11,1 bilhões em 2023 — muito à frente dos € 4,6 bilhões da Itália e dos € 3,8 bilhões da França.
O cenário muda novamente ao se comparar a receita com o tamanho da população ou o gasto médio por adulto. A Itália, embora seja a gigante do continente em volume, aparece apenas na quarta posição, com um gasto médio de € 437 por adulto. O Reino Unido ocupa a sexta colocação, com € 377. Países menores, mas com forte cultura de apostas — como Chipre (€ 543), Islândia (€ 504) e Irlanda (€ 473) — lideram em gasto per capita com jogos.
Países nórdicos impulsionam a transição digital
A preferência dos jogadores por jogos online varia bastante de país para país. Nações nórdicas como Suécia, Finlândia e Dinamarca apresentam as maiores fatias de mercado digital, com destaque para a Suécia, onde o mercado online representou mais de 76% da receita total em 2024.
Já em países como Espanha e Itália, a preferência ainda recai sobre os jogos presenciais, que respondem por cerca de 78% a 79% da receita total, segundo a EGBA (Associação Europeia de Jogos e Apostas). Ainda assim, espera-se que a migração para o online continue, com o mercado europeu de jogos projetado para alcançar €149,2 bilhões até o fim da década.
Taxas de canalização: um retrato misto
A taxa de canalização — proporção das apostas feitas por meio de operadores licenciados e legais — é um indicador essencial da eficácia dos marcos regulatórios nacionais. Esses índices variam bastante na Europa, refletindo diferentes níveis de fiscalização, maturidade de mercado e conscientização dos jogadores.
Itália, República Tcheca e Reino Unido estão entre os países com melhor desempenho, segundo , a autoridade reguladora da Dinamarca.
No entanto, esses números podem não mostrar a realidade completa, já que costumam ser calculados com base na quantidade de jogadores que usam plataformas licenciadas, e não no volume total de apostas.
Por exemplo, dados da Autoridade Holandesa de Jogos (KSA) indicam que, embora 91% dos apostadores online nos Países Baixos usem plataformas legais, apenas 50% do valor total apostado passa por esses canais. Essa disparidade pode ter sido acentuada pela introdução, em outubro de 2024, de um novo limite de depósito mensal, fixado em € 700 por jogador.
A abordagem sueca
Para evitar essas distorções de cálculo, a Autoridade Sueca de Jogos (Spelinspektionen) atualizou sua metodologia de medição de canalização.
“Também é relevante analisar a taxa de canalização em termos monetários, além da proporção de jogadores, para obter um panorama mais completo das apostas fora do sistema licenciado”, explicou o órgão regulador.
Na Suécia, essas taxas são especialmente impactadas pela dificuldade dos jogadores em distinguir entre plataformas legais e ilegais. Uma pesquisa recente da Spelinspektionen revelou que 72% dos apostadores suecos não conseguem identificar se um produto de jogo é licenciado ou não.
Perspectivas de crescimento constante
De acordo com a EGBA, o mercado europeu de jogos deverá continuar em trajetória de crescimento:
“Para os próximos anos, projeta-se que o mercado europeu de jogos cresça de forma estável, alcançando € 149,2 bilhões até 2029”, afirma a associação. Esse avanço deve ser impulsionado tanto pela continuidade da digitalização quanto pela recuperação do segmento presencial.
