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A Atualização Principal de Março de 2025 do Google caiu como uma granada digital, devastando estratégias de publicidade afiliada em todo o setor de iGaming. Em poucos dias, até 90% do tráfego pago desapareceu, deixando afiliados em pânico e operadoras sem acesso às próprias campanhas. Para muitos afiliados, não se tratou de uma simples atualização de rotina — foi o colapso completo de toda uma estrutura publicitária.
A SiGMA News obteve informações exclusivas de Belg Lazarov, fundador do BELG GROUP, uma consultoria de marketing de performance e afiliação especializada no setor de iGaming.
“Estamos falando de até 90% do tráfego de afiliados sumindo”, afirmou Lazarov. “Até operadoras licenciadas e consolidadas não conseguiram aprovar anúncios. Para muitos, essa atualização foi a mudança mais devastadora já vista no marketing de performance para iGaming.”
As regras da confiança mudaram. Aparência refinada e conteúdo em conformidade já não são suficientes. Hoje, a infraestrutura por trás dos sites é o que define se o Google vai ou não permitir que um anúncio seja exibido. Segundo Lazarov, o algoritmo agora mede a credibilidade de um site a partir de sua estrutura técnica, não da interface.
“Se você lançar um site simples em HTML hoje, é praticamente certo que será bloqueado”, alertou. “É uma questão de atender a uma série de expectativas invisíveis e em constante evolução dos sistemas de machine learning do Google.”
O Google classificou até páginas de destino totalmente licenciadas como “site comprometido”, sem oferecer qualquer possibilidade de recurso. Rejeitou em massa solicitações de certificação e chamados de suporte.
“Foi necessário um esforço gigantesco”, explicou Lazarov. “Passamos quase duas semanas testando, queimando orçamento e mergulhando no núcleo dos novos sistemas de confiança do Google.”
Quem esperava alguma ajuda por parte de órgãos do setor ou autoridades reguladoras vai precisar de paciência.
“Infelizmente, isso está fora da alçada deles”, disse Lazarov. “Não há suporte por parte dessas entidades — e nem poderia haver.”
Segundo ele, o problema não está nas políticas, mas na lógica da plataforma. A repressão não é, necessariamente, contra o setor de jogos, mas sim uma resposta a infrações recorrentes cometidas por afiliados e à ascensão de sistemas de fiscalização automatizada com IA.
“É tudo interligado”, completou. “Devido ao grande número de infrações cometidas por afiliados, agora estamos vendo atualizações muito mais rigorosas, que envolvem verificações técnicas minuciosas em conteúdos recém-lançados, conduzidas por sistemas de IA e LLMs.”
Com o espaço praticamente vazio, a concorrência despencou. “Em cerca de 90% dos países, não há praticamente nenhuma competição”, afirmou Lazarov. Isso criou um cenário de alta demanda.
“O volume de pedidos por tráfego por parte dos anunciantes aumentou dez vezes. Anunciantes que antes evitavam trabalhar com determinados países agora estão dispostos a comprar tráfego dessas regiões sem pensar duas vezes.”
Quem sobreviveu à limpeza não está apenas se mantendo — está prosperando. “Quem entendeu o caminho certo está ganhando dez vezes mais do que há alguns meses”, revelou Lazarov.
Essa mudança provocou uma reviravolta nas relações entre afiliados e operadoras. Marcas globais que antes ditavam as regras agora precisam se adaptar.
“Grandes marcas que se recusavam a vender tráfego a preços de mercado por conta de sua forte presença na mídia agora estão dispostas a ceder — oferecendo condições ainda melhores apenas para manter o fluxo de tráfego.”
Diante de uma enxurrada de pedidos de parceiros perdidos no novo cenário de conformidade, o BELG GROUP criou um setor exclusivo de suporte técnico.
“Isso já não é mais marketing de performance — é gestão de crise”, disse Lazarov. “Estamos ajudando equipes a reestruturar sua infraestrutura, interpretar os novos sinais de confiança do Google e manter a operação funcionando. Neste momento, trata-se menos de crescer e mais de sobreviver. É parte consultoria, parte missão de resgate.”
A oferta de anúncios caiu drasticamente nas principais regiões — um sinal claro de que o ecossistema ainda está longe da estabilidade. Palavras-chave que antes tinham 30 anúncios agora mal exibem um. Equipes menores, com orçamentos limitados, estão encerrando as atividades rapidamente.
“No curto prazo, a situação vai continuar difícil”, alertou Lazarov. “Equipes menores provavelmente vão sair do mercado. Até players médios estão ficando sem margem por conta de testes falhos e orçamentos esgotados.”
Mas quem resiste? Está se fortalecendo no fogo.
“Estamos diante de uma espécie de seleção natural digital. Quem conseguir se adaptar rapidamente, investir em qualidade e lidar com a complexidade vai sair na frente. Para os outros, o caminho de volta pode ser longo.”
Sem sinal de que o Google vá recuar, muitos afiliados já começaram a migrar para outros canais.
“Conhecemos várias equipes no mercado que estão mudando para outras fontes de tráfego — como SEO, ASO, In-App — porque simplesmente não conseguem lidar com a pressão do Google”, disse Lazarov.
No BELG GROUP, o foco agora está em campanhas de longo prazo em mercados regulamentados. “Nosso objetivo daqui em diante é escalar em mercados regulamentados de grande porte, onde a vida útil média de uma campanha publicitária se mede em anos — não em semanas ou meses.”
E ele finaliza com um alerta direto: “Essas mudanças não são passageiras. — e essa redefinição já está incorporada ao sistema. Não é uma falha. É o novo padrão.”
Mas para quem ainda está de pé, a oportunidade existe.
“A boa notícia é que existe um caminho adiante — mas ele exige sofisticação técnica, paciência e criatividade. Quem conseguir passar por essa onda vai sair mais forte do que nunca.”