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Polymarket é acusada de promover apostas ilegais em eleições na Austrália
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A Polymarket está sendo investigada após ser acusada de pagar influenciadores para promover apostas eleitorais na Austrália. Segundo relatos, a Autoridade Australiana de Comunicações e Mídia (ACMA) abriu uma investigação formal sobre o caso.
Nesta semana, Anthony Albanese, do Partido Trabalhista, foi reeleito primeiro-ministro da Austrália, um evento que atraiu ampla cobertura da mídia e, como tem se tornado cada vez mais comum, gerou uma alta nas apostas. Como ocorre com muitos eventos de grande repercussão — sejam políticos, esportivos ou até religiosos — apostadores correram para as plataformas online para fazer seus palpites. E, como sempre, quanto maior a importância do evento, maior o número de participantes. Na recente eleição papal, por exemplo, foram registrados US$ 40,4 milhões em apostas em plataformas como a Kalshi e a própria Polymarket.
Ilegal na Austrália, mas promovida online
Apesar de não possuir licença para operar na Austrália, o que torna seu uso ilegal no país, a Polymarket recorreu a influenciadores para promover apostas relacionadas à eleição do primeiro-ministro nas redes sociais, conforme reportado pelo site independente Crikey. Ainda segundo a publicação, o acesso à plataforma podia ser facilmente obtido por meio de VPNs.
Um artigo assinado por Cam Wilson e publicado em 29 de abril de 2025 no Crikey afirma que a plataforma de previsões, com sede nos Estados Unidos, pagou influenciadores australianos do TikTok e do Instagram para divulgar apostas na eleição federal. A reportagem apresenta evidências de que vários criadores de conteúdo aceitaram o acordo e publicaram materiais destacando as probabilidades oferecidas pela plataforma.
“O conteúdo publicado citava as cotações da Polymarket e marcava o perfil oficial da empresa”, afirma o texto. Os influenciadores envolvidos somam centenas de milhares de seguidores — um deles está próximo de atingir a marca de um milhão.
Reação regulatória e preocupações globais
A denúncia teve credibilidade suficiente para levar a ACMA a abrir uma investigação oficial. As consequências podem incluir sanções contra os influenciadores envolvidos e medidas extraterritoriais contra a própria Polymarket.
O cruzamento entre marketing de influência e plataformas de apostas não regulamentadas tem se tornado um desafio crescente para órgãos reguladores em todo o mundo. Um mostrou que a publicidade com influenciadores contribui significativamente para a normalização do jogo entre menores de idade.
“Assim que veem um youtuber, tiktoker ou instagrammer famoso falando disso, eles acham legal e querem fazer também”, relatou uma menina de 13 anos ouvida no estudo.
Outro trecho afirma: “Alguns jovens sugeriram que, como celebridades e influenciadores levam estilos de vida aspiracionais, a presença deles em anúncios de apostas pode passar a ideia de que o jogo pode ajudá-los a alcançar esse mesmo estilo de vida.”
“Você acaba vendo um pouco do estilo de vida deles e pensa que, se ganhar como eles, também vai poder ter aquilo”, comentou um menino de 15 anos.
Em resposta à crescente preocupação pública, diversos países já proibiram anúncios de apostas que envolvam influenciadores.
