Por dentro do universo de um repórter de pôquer ao vivo

Durante uma entrevista franca concedida no SiGMA Poker Tour, Adam Lamers, repórter ao vivo do PokerNews, compartilhou os bastidores de uma rotina única e acelerada que acompanha sua profissão. Com mais de 15 anos de experiência no setor de jogos e uma paixão genuína pelo pôquer, Lamers viaja pelo mundo cobrindo os principais torneios, registrando desde mãos decisivas até a contagem de fichas dos jogadores.

“É algo que me realiza, porque eu gosto de pôquer e, no meu trabalho, assisto a jogos o tempo todo – e ainda aprendo enquanto faço isso”, afirmou Lamers. Seus relatos são publicados em tempo real no PokerNews, oferecendo aos leitores uma visão privilegiada da ação e das reviravoltas que acontecem nas mesas.

De espectador casual a frequentador de torneios

Embora não tenha começado como jogador, a proximidade com o setor acabou despertando o interesse de Lamers em se aventurar nas mesas. “Na verdade, eu só comecei a jogar depois que entrei na indústria”, contou. No início, ele preferia os jogos de cash, mas acabou migrando para os torneios – um reflexo do tipo de eventos que cobre em seu trabalho.

Segundo ele, acompanhar as mãos em tempo real e observar as estratégias dos jogadores de perto ajudou a aprimorar seu próprio desempenho. “Trabalhar nesse meio definitivamente melhorou meu jogo também”, comentou, ainda que admita que, nos períodos de folga, costuma dar uma pausa também nas cartas.

Um novo momento para o pôquer ao vivo

Lamers apontou um aumento significativo na participação e diversidade nos torneios ao vivo. Para ele, a pandemia teve papel importante nesse movimento de renovação do interesse pelo jogo. “Estamos vivendo um novo boom do pôquer. Cada etapa que acompanho está quebrando recordes – as garantias estão sendo superadas com folga.”

O ambiente dos torneios se tornou mais dinâmico e inclusivo, reunindo jogadores de diferentes origens, idades e níveis de habilidade. A presença feminina vem crescendo, e um número cada vez maior de jogadores recreativos tem trazido uma energia renovada às mesas.

Ao vivo vs online: jogos diferentes, públicos distintos

Sobre o debate entre pôquer online e ao vivo, Lamers destacou as principais diferenças entre os dois formatos. “Clicar em botões no online é mais para os profissionais”, disse ele, referindo-se à possibilidade de jogar várias mesas ao mesmo tempo e ao ritmo acelerado das plataformas digitais. Já o pôquer ao vivo oferece uma experiência mais social, que atrai jogadores casuais em busca de interação presencial.

“Os recreativos querem conversar, querem esse contato humano”, explicou. Cada formato, segundo ele, tem seus pontos fortes e limitações, dependendo do perfil e dos objetivos de cada jogador.

SiGMA Poker Tour: uma proposta global promissora

Depois de cobrir recentemente a Brazilian Series of Poker (BSOP) em São Paulo, Lamers demonstrou entusiasmo com a etapa inaugural do SiGMA Poker Tour. “A estrutura, a comida, o local – tudo foi de altíssimo nível”, elogiou. “Os dealers são ótimos, a equipe de apoio é excelente e o nível do pôquer tem sido fantástico.”

Ele também destacou a proposta do SiGMA Poker Tour de levar seus eventos a diferentes partes do mundo, enxergando isso como uma concorrência bem-vinda aos circuitos já consolidados. “O mundo precisa de mais etapas de pôquer… Acho que a SiGMA está só começando, e com certeza estarei acompanhando a etapa de Malta.”

Considerações finais

A trajetória de Adam Lamers, que transita entre o jornalismo e o universo profissional do pôquer, oferece uma visão valiosa sobre o momento atual do jogo. Seus relatos reforçam o renascimento do pôquer ao vivo, a transformação da comunidade e a importância de expandir o cenário global de torneios.